sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Argumentos do evolucionismo

São várias as áreas de conhecimento a partir das quais se podem retirar dados que apoiam o evolucionismo.

Argumentos de anatomia comparada

A anatomia comparada baseia-se no estudo comparado das formas e estruturas dos organismos com o fim de estabelecer possíveis relações de parentesco. A presença de órgãos homólogos, análogos e vestigiais são provas importantes que evidenciam relações filogenéticas ou de parentesco entre diferentes espécies.

  • Órgãos homólogos - são órgãos que têm o mesmo padrão anatómico, a mesma origem embrionária (mesmo ancestral comum), mas podem ter funções diferentes. À medida que os diferentes grupos se iam adaptando a diferentes nichos ecológicos sofreram pressões selectivas diferentes, estes órgãos evoluíram de forma diferente a partir de um ancestral comum, que passou a desempenhar funções diferentes, o que reflecte uma evolução divergente.
  • Órgãos análogos - são órgãos que têm origem embrionária, estrutura anatómica diferentes, mas desempenham a mesma função. Estes órgãos surgem quando espécies ancestrais diferentes colonizaram nichos ecológicos semelhantes e sofreram pressões selectivas idênticas. Este fenómeno conduz a uma evolução convergente.
  • Órgãos vestigiais - são órgãos que já foram desenvolvidos e tiveram significado fisiológico e que sofreram evolução regressiva, sendo actualmente desprovida de qualquer significado fisiológico.

Argumentos paleontológicos

Através do estudo do registo fóssil, confirma-se a presença de espécies extintas, o que contraria a ideia de imutabilidade das espécies. A descoberta de sequências de fósseis, que apoiam as modificações sofridas ao longo do tempo. A existência de fósseis que possuem características que correspondem, actualmente, a dois grupos diferentes de organismos, sendo denominadas formas intermédias ou formas sintéticas. As formas sintéticas são, por vezes, designadas por formas de transição, porque algumas delas terão sido a transição de um grupo para outros grupos. Estas formas permitem documentar que os organismos que hoje se conhecem não são totalmente independentes uns dos outros quanto à origem.

Argumentos citológicos

Todos os seres vivos são constituídos por células. Todas as células eucarióticas obedecem a um plano estrutural comum, como os processos metabólicos que nelas se desenvolvem são igualmente semelhantes. A universalidade estrutural e funcional do mundo vivo constitui um forte argumento a favor de uma origem comum.

Argumentos bioquímicos

Existe uma semelhança entre os compostos químicos orgânicos (ex: sequência e tipo de aminoácidos das proteínas); as vias metabólicas comuns (síntese de proteínas); a universalidade do código genético e do ATP como energia biológica utilizada pelas células; as reacções imunológicas, baseadas nas reacções específicas entre antigenes e anticorpos, importantes para o esclarecimento de relações filogenéticas.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Comparação entre Lamarckismo e Darwinismo

O lamarckismo e o darwinismo constituem duas explicações para a diversificação das espécies por processos evolutivos.
A imagem seguinte explica a morfologia actual do pescoço das girafas segundo Lamarck e segundo Darwin.
Segundo o lamarckismo, o meio cria necessidades que determinam mudanças na morfologia dos indivíduos que, pelo uso, se estabelecem, tornando-os mais bem adaptados e sendo transmitidas aos descendentes.
Segundo o darwinismo, entre os indivíduos de uma espécie existem variações. O meio exerce uma selecção natural que favorece os indivíduos que possuem as características mais apropriadas para um determinado ambiente e num determinado tempo, tornando-os mais aptos e eliminando gradualmente os restantes.

Teoria Darwinista

Darwin durante uma viagem recolheu dados (Geologia e Biogeografia) e fez observações que lhe permitiram propor a selecção natural como o mecanismo essencial que dirige a evolução.
De acordo com este processo, os seres vivos mais aptos sobrevivem e reproduzem-se espalhando na Natureza os caracteres mais favoráveis. Visto que o ambiente não possui os recursos necessários para a sobrevivência de todos os indivíduos, deverá ocorrer uma luta pela sobrevivência durante a qual serão eliminados os menos aptos.
A teoria de Darwin pode ser sistematizada em alguns princípios fundamentais:
  • Os seres vivos, mesmo os da mesma espécie, apresentam variabilidade intra-específica;
  • Em cada geração, alguns indivíduos são naturalmente eliminados, porque se estabelece entre eles uma "luta pela sobrevivência";
  • Sobrevivem os indivíduos que estiverem mais bem adaptados, isto é, os que possuírem as características que lhes conferem qualquer vantagem em relação aos restantes, que ao longo do tempo serão eliminados progressivamente - sobrevivência diferencial;
  • Os indivíduos mais bem adaptados vivem durante mais tempo e reproduzem-se mais, transmitindo as suas características à descendência, enquanto os menos adaptados deixam menos descendência - reprodução diferencial;
  • A acumulação das pequenas variações determina a transformação e o aparecimento de novas espécies.