sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Notícia - Casal inter-racial tem segundo casal de gémeos de raças diferentes

Um casal inter-racial teve, pela segunda vez, gémeos de raças diferentes, revelou ontem a cadeia de televisão Sky News.
Dean Durrant, negro, e Alison Spooner, branca, tiveram em 2001 filhas de cores diferentes, um caso muito raro que agora se voltou a repetir.
As gémeas mais novas, Miya e Leah, nasceram num hospital de Surrey, no Sul de Inglaterra, com 37 semanas e por cesariana.
A mãe das crianças, de 27 anos, explicou que Leah tem a sua cor e Miya a do pai, o que já tinha acontecido em 2001 com as pequenas Lauren, branca e de olhos azuis, e Hayleigh, de pele e olhos escuros. Alison diz nunca ter pensado que tal pudesse voltar a acontecer e "nem sequer que voltaria a ter gémeas" e afirmou-se "em estado de choque".
Depois de nascerem, as crianças foram transferidas para incubadoras por revelarem problemas respiratórios e os pais só as viram juntas cinco dias depois.
"Foi impressionante", desabafou o pai de 33 anos, adiantando que, durante a gravidez, apresentaram a uma casa de apostas a possibilidade de apostar na repetição do fenómeno mas a proposta foi rejeitada pela raridade de ter gémeos de raças diferentes. O porta-voz da casa de apostas já comunicou no entanto ao casal que está disposta a fazer apostas sobre a hipótese do casal poder ter um terceiro casal de gémeos de raças diferentes.
Aqui está o vídeo com a notícia:

Fontes: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=28809&op=all ; http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=187806&headline=20&visual=9

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Classificação em Reinos

Whittaker propôs uma classificação em cinco reinos: Monera, Protista, Fungos, Plantas e Animais.
Reino Monera
  • Tipo de células - procariontes unicelulares
  • Tipo de nutrição - heterotróficas por absorção; fotoautotróficas (cianobactérias); quimiautotróficas
  • Posição nos ecossistemas - microconsumidores; produtor
  • Exemplo - bactérias
Reino Protista
  • Tipo de células - eucarióticas unicelulares ou multicelulares com diferenciação reduzida
  • Tipo de nutrição - fotoautotróficas; heterotróficas por ingestão; heterotróficas por absorção
  • Interacção nos ecossistemas - produtores; macroconsumidores; microconsumidores
  • Exemplos - algas, protozoários (amiba e paramécia)
Reino Plantas
  • Tipo de células - eucarióticas e multicelulares
  • Tipo de nutrição - fotoautotróficas
  • Parede celular - celulose
  • Ciclo de vida - haplodiplonte
  • Interacção nos ecossistemas - produtores
  • Exemplos - briófitas e traqueófitas (plantas com tecidos condutores como fetos, pinheiros, plantas com flor)
Reino Fungos
  • Tipo de células - eucarióticas e multicelulares (à excepção das leveduras)
  • Tipo de nutrição - heterotróficos por absorção
  • Parede celular - quitina
  • Interacção nos ecossistemas - microconsumidores
  • Exemplos - cogumelos e leveduras
Reino Animal
  • Tipo de células - eucarióticas multicelulares
  • Tipo de nutrição - heterotróficos por ingestão
  • Interacção nos ecossistemas - macroconsumidores
  • Exemplos - esponjas e cordados
Actualmente, alguns biólogos consideram seis reinos e um nível de classificação superior ao reino, designado domínio, existindo três domínios. Dois domínios incluem organismos procariontes e apenas um domínio para os eucariontes. Ao Domínio Bacteria corresponde o Reino Eubacteria, ao Domínio Archaea corresponde ao Reino Archaebacteria e ao Domínio Eukarya correspondem os Reinos Protista, Fungi, Plantae e Animalia.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Regras de nomenclatura

Criou-se uma nomenclatura internacional para a designação dos seres vivos, estabelecendo regras para a atribuição de nomes científicos aos diferentes grupos taxonómicos, de modo a facilitar a comunicação e universalizar os nomes atribuídos. Optou-se por se escrever os nomes dos organismos em latim, por ser uma língua morta, já não está sujeita a evolução, mantendo as palavras o seu significado original.
Regras de nomenclatura binominal
  • O nome da espécie é sempre constituído por duas palavras latinas. A primeira é um substantivo escrito com inicial maiúscula e corresponde ao nome genérico ou género a que a espécie pertence. A segunda palavra designa-se por restritivo específico ou epíteto específico.
  • A designação dos grupos superiores à espécie é uninominal, ou seja, é só uma palavra (substantivo) escrita com inicial maiúscula.
  • O nome da família, no caso dos animais, obtém-se acrescentando a terminação idae à raiz do nome de um dos géneros desta família. Nas plantas, a terminação é aceae, mas existem excepções.
  • Quando uma espécie tem subespécies, utiliza-se a nomenclatura trinominal, seguindo-se ao nome da espécie o restritivo subespecífico.
  • Os nomes do género, espécie e subespécie são escritos em latim e num tipo de letra diferente de texto.
  • À frente do nome da espécie deve escrever-se em letra de texto o nome ou a abreviatura do nome do taxonomista que atribuiu o nome científico.
  • Pode citar-se a data da publicação do nome da espécie, que é colocada a seguir ao nome do autor, separada por vírgula.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Hierarquia das categorias taxonómicas

Os seres vivos são agrupados em dois grandes reinos, plantas e animais, que se subdividem em categorias progressivamente de menor amplitude. Este modo de ordenar os seres vivos numa série ascendente a partir da espécie constitui um sistema hierárquico de classificação.
Nesta hierarquia das classificações biológicas, cada uma das categorias taxonómicas designa-se por taxon (plural taxa). As sete categorias principais de taxa são espécie, género, família, ordem, classe, filo e reino, além destas categorias podem existir categorias intermédias com prefixos como super, sub e infra. Para as plantas usa-se a designação Divisão, em vez de Filo.
A espécie é a unidade básica de classificação e representa um grupo natural constituído pelo conjunto de indivíduos morfologicamente semelhantes, que partilham o mesmo fundo genético, podem cruzar-se entre si, originando descendência fértil.
Como cada taxon está inserido no que lhe fica imediatamente acima e contém os que lhe ficam imediatamente abaixo, dois seres vivos são tanto mais próximos quanto maior for o número de taxa comuns a que pertencem.
De acordo com as classificações evolucionistas, os organismos que pertencem a famílias diferentes divergiram há mais tempo, a partir de um ancestral comum, do que os outros que pertencem à mesma família.

Sistemas de classificação

Os biólogos, perante um elevado número de seres vivos, optaram por agrupá-los de acordo com determinados critérios. A Sistemática é a área do conhecimento biológico que se ocupa do estudo das relações evolutivas dos diferentes grupos de seres vivos ao longo do tempo e do agrupamento e classificação dos seres vivos. O ramo da Sistemática que se ocupa de classificar os seres vivos e da nomenclatura (dar nome aos grupos formados) designa-se por taxonomia. As primeiras classificações baseavam-se em algumas características dos organismos que tinham interesse para o ser humano, eram, por isso, designadas por classificações práticas. Surgiram, mais tarde, sistemas de classificação racionais que tinham uma base racional, pois utilizavam características dos seres vivos. No entanto, estes sistemas de classificação baseavam-se num pequeno número de características, sendo, por isso, consideradas sistemas de classificação artificiais. Tinham como desvantagem a união de organismos pouco relacionados entre si no mesmo grupo. Este tipo de sistema caracterizou o período pré-lineano das classificações. Em consequência, da descoberta de novos seres vivos, surgiram classificações em que a organização dos grupos se baseia no maior número possível de caracteres. Estas classificações caracterizaram o período pós-lineano e pré-darwiniano, designam-se por classificações naturais, pois os grupos formados reúnem organismos com maior grau de semelhança e mais relacionados filogeneticamente. A desvantagem é que a identificação dos grupos a que um organismo pertence é por vezes difícil ou mesmo impossível, se não se dispõe de um conhecimento pormenorizado das características do mesmo. Até ao século XVIII, por predominarem as ideias fixistas, todas as classificações reflectem essa concepção. Eram classificações estáticas que privilegiavam as características estruturais não tendo em consideração o factor tempo, uma vez que consideravam a imutabilidade das espécies, designam-se classificações horizontais. Com as ideias evolucionistas, surgiram sistemas de classificação evolutivos ou filogenéticos que tentam reproduzir a história evolutiva dos organismos. Como estes sistemas têm em conta o factor tempo, designam-se sistemas de classificação vertical e são característicos do período pós-darwiniano. As relações de parentesco entre as espécies podem representar-se por árvores de evolução ou árvores filogenéticas. O grau de semelhança entre os grupos reflecte o tempo em que a divergência ocorreu, sendo essa divergência tanto maior quanto maior for o tempo que decorreu. Para a construção destas árvores evolutivas recorre-se ao registo fóssil, semelhanças estruturais, dados bioquímicos e embriológicos.

As classificações evolutivas também apresentam limitações, pois são consideradas muito subjectivas por se basearem nas interpretações de factos utilizando hipóteses sobre relações de parentesco.

Todos os sistemas de classificação reflectem, em cada época, o grau de conhecimento científico, não havendo, consequentemente, nenhuma classificação definitiva.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Neodarwinismo - Teoria sintética da evolução

A explicação para a evolução biológica apresentada por Darwin apresentava alguns pontos frágeis, pois ele não esclareceu quais eram os mecanismos responsáveis pelas variações verificadas nas espécies e como essas variações eram transmitidas à descendência.
O desenvolvimento dos conhecimentos sobre genética permitiu reinterpretar a teoria da evolução de Darwin. Construiu-se uma visão unificadora entre o darwinismo e os dados da genética, aparecendo a Teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo, que tem como ideias principais: a variabilidade genética e selecção natural.
A diversidade tem como fonte primária a ocorrência de mutações e a recombinação genética.
  • Mutações – as alterações hereditárias podem levar ao aparecimento de características novas e favoráveis, permitindo aos seus portadores viver mais tempo ou reproduzir-se mais. As mutações são a fonte primária de variabilidade genética, pois introduz novos genes ou alterações nos genes existentes conduzindo ao aparecimento de novas características nos indivíduos.

  • Recombinação genética – a fonte mais próxima de diversidade nas populações é a recombinação genética que ocorre através da reprodução sexuada, no fenómeno da meiose. A fecundação é um processo que também aumenta a variabilidade genética dos indivíduos.

A unidade evolutiva é a população, isto é, um conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive num determinado local e ao mesmo tempo.

Numa população, quanto maior for a diversidade, maior será a probabilidade de ela se adaptar a mudanças que ocorram no meio, pois entre esta diversidade, podem aparecer indivíduos portadores de conjuntos génicos que sejam favorecidos pela selecção natural. A selecção natural não actua sobre genes ou características genéticas de forma isolada, mas sim na globalidade dos indivíduos.

Define-se fundo genético como o conjunto de todos os genes presentes numa população num dado momento.

Actualmente, define-se evolução como uma mudança no fundo genético das populações. Em cada fundo genético a frequência dos genes pode variar, havendo genes mais frequentes do que outros.

Explicação segundo o Neodarwinismo para o pescoço longo das girafas:

Segundo os Neodarwinistas, na população de girafas existia variabilidade genética devido aos fenómenos de mutações e recombinação genética. Numa região onde o alimento só existia em árvores altas, as girafas com fenótipos mais aptos (pescoço longo) sobrevivem e reproduzem-se mais, enquanto as de fenótipo menos apto é progressivamente eliminada. As girafas de fenótipo mais apto ao reproduzirem-se mais transmitem as suas características contidas nos gâmetas aos seus descendentes, aumentando ao longo do tempo a frequência de girafas com fenótipo mais apto.