quarta-feira, 15 de abril de 2009

Deformação das rochas

No decurso dos vários processos a que as rochas são sujeitas, pode verificar-se que estas experimentam profundas e complexas transformações após a sua génese, em consequência de intensos esforços que sobre elas actuam.
Como consequência da dinâmica da litosfera, originam-se forças tectónicas que tendem a produzir a deformação nos materiais rochosos, que se traduz pelo aparecimento de estruturas geológicas como falhas e dobras.
Um corpo sujeito a uma força externa, reage através da manifestação de forças internas, cuja tendência é manter ou restaurar a sua forma original, o corpo encontra-se sob um estado de tensão. A tensão é a força exercida por unidade de área, a tensão será tanto maior quanto menor for a área. Um estado de tensão pode expressar-se segundo duas componentes, tensão normal (está orientada perpendicularmente ao plano considerado) e tensão cisalhante ou tensão de corte (a orientação é paralela a esse plano).
As tensões normais podem ser consideradas compressivas ou distensivas (tractivas), quando a resultante das forças é convergente e divergente, respectivamente.
A deformação pode corresponder a alterações no volume ou a alterações de forma.
Comportamento mecânico das rochas
O comportamento dos materiais quando submetidos a estados de tensão pode ser elástico ou plástico.

  • Comportamento elástico - a deformação é reversível e proporcional ao estado de tensão aplicado. Quando cessa o estado de tensão, o material recupera a forma inicial.
  • Comportamento plástico - acima do limite de elasticidade (ponto de cedência), a alteração da forma ou do volume do materias é permanente. Devido à acção continuada da tensão, as rochas atingem o limite de resistência máxima (limite de plasticidade), entrando em ruptura.

Os materiais geológicos em níveis estruturais pouco profundos, apresentam um comportamento elástico, seguido de ruptura. Designa-se, neste caso, que a deformação ocorre em regime frágil.

A profundidades mais elevadas e sob a acção de grandes tensões, as rochas entram em ruptura mais dificilmente, revelando o seu comportamento plástico. A deformação, neste caso, ocorre em regime dúctil.

Parâmetros como a composição química/mineralógica, a temperatura, a pressão dos fluidos intersticiais (água) variam com a profundidade, criando diferentes condições que afectam o comportamento dos materiais geológicos.

Falhas

As falhas são superfícies de fracturas onde ocorreu um movimento relativo entre dois blocos.

É comum no trabalho de campo utilizar alguns elementos geométricos caracterizadores de uma falha.
  • Plano de falha - superfície de fractura ao longo da qual ocorreu o movimento dos blocos.
  • Rejecto - comprimento/distância entre dois pontos que anteriormente à actuação da falha estavam em contacto (caracteriza o movimento relativo da falha).
  • Tecto (bloco superior) - bloco que se encontra acima do plano de falha.
  • Muro (bloco inferior) - bloco que está situado abaixo do plano de falha.
  • Atitude (plano de falha) - qualquer plano pode ser referenciado espacialmente através da sua direcção e da sua inclinação.
  • Inclinação - ângulo definido entre o plano horizontal e o plano de falha.

De acordo com o movimento relativo entre os dois blocos da falha (tecto e muro), as falhas podem ser classificadas como normais, inversas e de desligamento.

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