sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Classificação das rochas sedimentares

Podem-se considerar três grupos de rochas sedimentares: rochas detríticas, rochas quimiogénicas e rochas biogénicas.

Rochas detríticas

São constituídas por sedimentos de origem detrítica, ou seja, sedimentos resultantes do processo de meteorização e erosão de rochas preexistentes. Por a granulometria dos materiais ser variável é necessário estabelecer sistemas de classificação dos sedimentos detríticos de acordo com as dimensões que apresentam – escalas granulométricas.

Os clastos podem apresentar-se angulosos ou arredondados dependendo da duração do transporte, da distância percorrida e da dureza do material.

  • Rochas conglomeráticas - Constituídas por detritos de maiores dimensões. As brechas são rochas consolidadas, constituídas por materiais angulosos (pouca duração de transporte). Os conglomerados são rochas consolidadas a partir da cimentação de calhaus rolados.
  • Rochas areníticas - São rochas desagregadas, por isso, entre os grãos de areia existem espaços ou poros onde a água ou o ar podem circular, sendo muito permeáveis. As areias podem ser cimentadas por precipitação de substâncias dissolvidas nas águas de circulação, formando os arenitos ou o grés.
  • Rochas sílticas e rochas argilosas - Estas rochas têm granulometria muito fina. Quando as argilas ficam submetidas à compressão provocado pelas camadas superiores, tornam-se mais compactas, formando argilitos. As rochas argilosas normalmente apresentam diversos minerais associados, mas quando são puras (apenas constituídas por minerais de argila) designam-se por caulino. As argilas aumentam de volume ao absorverem água, quando ficam saturadas tornam-se impermeáveis. Quando estas ficam expostas ao ar seco, a água evapora-se e essas formações aparecem com fendas de dessecação ou fendas de retracção.

Rochas quimiogénicas

São formadas por materiais resultantes da precipitação de substâncias em solução. A evaporação da água onde as substâncias estão dissolvidas, leva à formação de cristais que se acumulam, constituindo evaporitos.

  1. Calcários de precipitação - A circulação de águas acidificadas pelo dióxido de carbono através das rochas calcárias, faz com que o carbonato de cálcio solubilizado vá sendo removido. A rocha fica modelada, formando um rendilhado de sulcos e cavidades conhecidas por lapiaz e grutas e galerias (no interior). As águas que circulam no interior das grutas transportam hidrogenocarbonato de cálcio, que pode precipitar sob a forma de carbonato de cálcio e depositar-se formando calcários de precipitação – travertino (rocha mais ou menos compacta). A água que goteja do tecto de uma gruta, abandona uma película de carbonato de cálcio, que por acumulação sucessiva, forma estalactites e estalagmites.
  2. Rochas salinas (evaporitos) - Resultam da precipitação de sais dissolvidos, devido à evaporação da água que os contém em solução. Ocorre a evaporação da água, os sais menos solúveis precipitam primeiro, seguindo-se a precipitação dos sais progressivamente mais solúveis. É o caso do gesso (sulfato de cálcio hidratado) e do sal-gema (halite/cloreto de sódio). Este último é pouco denso e muito plástico, por isso, os depósitos profundos de sal-gema, quando sob pressão podem ascender através de zonas débeis da crusta, formando domas salinos ou diapiros.

Rochas biogénicas

Podem ser constituídos por detritos orgânicos ou por materiais resultantes de uma acção bioquímica, por esta razão, designam as rochas biogénicas por quimiobiogénicas.

  1. Calcários biogénicos - Muitos organismos aquáticos, fixam carbonatos, edificando peças esqueléticas. Após a morte, esses seres depositam-se nos fundos marinhos formando um sedimento biogénico. A parte orgânica é decomposta e as conchas são cimentadas, formam-se os calcários conquíferos e os calcários recifais.
  2. Carvão - Resulta da acumulação de sedimentos constituídos por matéria orgânica vegetal. Formam-se em bacias de sedimentação lacustres ou lagunares costeiras em que ocorre uma rápida subsidência. Por deposição de novas camadas sedimentares, os sedimentos orgânicos ficam em meio anaeróbico. À medida que o afundimento prossegue, o aumento da pressão e da temperatura, associado à presença de substâncias tóxicas (resultantes do metabolismo das bactérias que acabam por morrer), conduzem à perda de água e de substâncias voláteis e um enriquecimento em carbono (incarbonização). O aumento do teor de carbono depende da idade, das condições de pressão e de temperatura a que se formaram. Por grau crescente de quantidade de carbono: turfa; lignite; hulha e antracite.
  3. Produtos petrolíferos - Incluem materiais gasosos (gás natural), líquidos (petróleo bruto ou nafta) e sólidos (asfaltos ou betumes). O petróleo tem origem a partir de plâncton rico em lípidos que fica aprisionado em sedimentos a uma grande profundidade e sem oxigénio. A rocha-mãe é a camada rochosa que possui a matéria orgânica que dará origem ao petróleo. Sob influência de pressões, os hidrocarbonetos fluidos por serem pouco densos, migram para a rocha-armazém ou rocha-reservatório (rocha porosa e permeável). Sobre esta rocha existe uma camada impermeável, a rocha-cobertura (rocha argilosa), que impede a migração e dispersão do petróleo até à superfície. A rocha-armazém, a rocha-cobertura, falhas, dobras ou domas salinos constituem a armadilha petrolífera (estrutura geológica que permite a formação de petróleo e que evita que este atinja a superfície e se disperse).

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