sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ocupação antrópica e problemas de ordenamento nas bacias hidrográficas

A ocupação de grandes áreas da superfície terrestre por populações humanas desencadeia uma pressão sobre o ambiente que pode criar um desequilíbrio nos subsistemas superficiais.
Este fenómeno assiste-se frequentemente e desde muito cedo nas margens dos rios, por estes constituírem vias de comunicação, fornecerem água, serem fonte de alimento e existirem solos férteis nas suas margens.
Uma rede hidrográfica é o conjunto de todos os cursos de água ligados a um rio principal. A área do território drenada por uma rede fluvial constitui a bacia hidrográfica.
O leito do rio é o espaço que pode ser ocupado pelas águas, pode-se distinguir o leito ordinário ou aparente que corresponde a um sulco por onde correm as águas e são transportados materiais; o leito de cheia ou leito maior que corresponde ao espaço que é inundável em época de cheia, quando o nível das águas ultrapassa os limites do leito ordinário; o leito de estiagem que corresponde à área mais profunda do canal fluvial ocupada por uma menor quantidade de água em épocas de seca.
Os rios desempenham três importantes funções geológicas.
  • Meteorização e erosão – o movimento das águas provocam o desgaste físico das rochas. Os materiais soltos são removidos devido à força de pressão exercida pela água em movimento.
  • Transporte – os fragmentos sólidos resultantes do desgaste das rochas são designados por detritos e constituem a parte sólida do curso de água. O transporte dos detritos pelas águas pode fazer-se por vários processos: suspensão (materiais finos), saltação, rolamento ou arrastamento (materiais mais pesados e grosseiros).
  • Sedimentação – consiste na deposição dos materiais, a qual é ordenada de acordo com as dimensões, a forma, o peso dos detritos e a velocidade da corrente. Os materiais mais pesados e de maiores dimensões depositam-se mais para montante e os de pequenas dimensões e mais finos depositam-se a jusante (foz). A deposição dos materiais forma depósitos no leito de cheia designados por aluviões.

A construção de barragens Vantagens:

  • abastecimento das populações;
  • irrigação de terras agrícolas;
  • aproveitamento hidroeléctrico;
  • evita inundações fluviais pois o excesso de água fica armazenado na albufeira.

Desvantagens:

  • as barragens não resolvem o problema das cheias quando a precipitação é elevada;
  • redução da quantidade de detritos debitada no mar, o que contribui para o aumento da acção erosiva vertical;
  • têm um período de vida útil, que quando acaba coloca problemas de segurança;
  • prejudica os ecossistemas aquáticos e terrestres da zona;
  • dificulta a passagem de peixes e de outros animais, muitos dos quais faziam a desova em zonas do rio a montante;

A exploração abusiva de areias e outros granulados no leito ou das margens do rio é uma outra intervenção antrópica ao nível dos rios. A intervenção das populações junto dos cursos de água contribui para o agravamento das situações de risco.

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