sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sistemas de classificação

Os biólogos, perante um elevado número de seres vivos, optaram por agrupá-los de acordo com determinados critérios. A Sistemática é a área do conhecimento biológico que se ocupa do estudo das relações evolutivas dos diferentes grupos de seres vivos ao longo do tempo e do agrupamento e classificação dos seres vivos. O ramo da Sistemática que se ocupa de classificar os seres vivos e da nomenclatura (dar nome aos grupos formados) designa-se por taxonomia. As primeiras classificações baseavam-se em algumas características dos organismos que tinham interesse para o ser humano, eram, por isso, designadas por classificações práticas. Surgiram, mais tarde, sistemas de classificação racionais que tinham uma base racional, pois utilizavam características dos seres vivos. No entanto, estes sistemas de classificação baseavam-se num pequeno número de características, sendo, por isso, consideradas sistemas de classificação artificiais. Tinham como desvantagem a união de organismos pouco relacionados entre si no mesmo grupo. Este tipo de sistema caracterizou o período pré-lineano das classificações. Em consequência, da descoberta de novos seres vivos, surgiram classificações em que a organização dos grupos se baseia no maior número possível de caracteres. Estas classificações caracterizaram o período pós-lineano e pré-darwiniano, designam-se por classificações naturais, pois os grupos formados reúnem organismos com maior grau de semelhança e mais relacionados filogeneticamente. A desvantagem é que a identificação dos grupos a que um organismo pertence é por vezes difícil ou mesmo impossível, se não se dispõe de um conhecimento pormenorizado das características do mesmo. Até ao século XVIII, por predominarem as ideias fixistas, todas as classificações reflectem essa concepção. Eram classificações estáticas que privilegiavam as características estruturais não tendo em consideração o factor tempo, uma vez que consideravam a imutabilidade das espécies, designam-se classificações horizontais. Com as ideias evolucionistas, surgiram sistemas de classificação evolutivos ou filogenéticos que tentam reproduzir a história evolutiva dos organismos. Como estes sistemas têm em conta o factor tempo, designam-se sistemas de classificação vertical e são característicos do período pós-darwiniano. As relações de parentesco entre as espécies podem representar-se por árvores de evolução ou árvores filogenéticas. O grau de semelhança entre os grupos reflecte o tempo em que a divergência ocorreu, sendo essa divergência tanto maior quanto maior for o tempo que decorreu. Para a construção destas árvores evolutivas recorre-se ao registo fóssil, semelhanças estruturais, dados bioquímicos e embriológicos.

As classificações evolutivas também apresentam limitações, pois são consideradas muito subjectivas por se basearem nas interpretações de factos utilizando hipóteses sobre relações de parentesco.

Todos os sistemas de classificação reflectem, em cada época, o grau de conhecimento científico, não havendo, consequentemente, nenhuma classificação definitiva.

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