segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Origem da multicelularidade e vantagens

Os organismos não podem aumentar indefinidamente de tamanho. Quando uma célula aumenta de tamanho, verifica-se que a razão entre a superfície e o volume diminui, ou seja, o volume aumenta a um ritmo maior do que a área da superfície.
Cada unidade de área de membrana plasmática tem de realizar trocas com o exterior para um volume muito maior de citoplasma. Quando há um aumento de volume, aumenta também o metabolismo, mas não ocorre um aumento equivalente na eficácia das trocas com o meio externo, uma vez que a superfície não aumenta na mesma proporção.
Existem duas formas possíveis de um organismo maior sobreviver: pode reduzir o seu metabolismo, o que diminui as necessidades de trocas ou pode apresentar multicelularidade.
Os seres eucariontes unicelulares constituem, por vezes, agregados. Quando estas associações de eucariontes unicelulares dizem respeito a seres da mesma espécie que estabelecem ligações estruturais entre si, designam-se por agregados coloniais ou colónias.
A alga Volvox é um ser colonial, constituída por várias células estruturalmente interdependentes, ligadas entre si. No entanto, sob o ponto de vista funcional não ocorreu diferenciação, pois as células são todas semelhantes, com excepção das células reprodutoras. Esta especialização não é suficiente para a Volvox ser considerada um ser pluricelular.
Admite-se que a multicelularidade possa ter surgido na Terra por evolução de seres coloniais.
A multicelularidade ocorre apenas nos seres eucariontes e caracteriza-se por uma associação de células em que há interdependência estrutural e funcional entre elas.
O aparecimento da multicelularidade gerou um grande impulso na evolução dos seres vivos e conferiu várias vantagens aos organismos como:
  • permitiu a ocorrência de mecanismos de regulação que conduziram à diferenciação celular, com a consequente especialização no desempenho de determinadas funções;
  • a diminuição da taxa metabólica e utilização mais eficaz da energia;
  • foi possível a sobrevivência de seres de maiores dimensões sem comprometer as trocas com o meio externo;
  • a grande diversidade de formas e de funcionalidades possibilitou a adaptação a diferentes meios ambientes;
  • uma maior autonomia em relação ao meio externo, pois os vários sistemas de órgãos garantem que o meio interno mantenha um maior equilíbrio (homeostasia).

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